Antes de entrar no estudo propriamente dito sobre os canários, pretendo explicar que a ciência que estuda a estrutura, os costumes, os seus habitats e a distribuição geográfica dos animais, chama-se "zoologia". Dentro da zoologia existem estudos muito específicos sobre determinados animais. No caso das aves, a área que se dedica ao estudo específico destas espécies dá-se o nome de "Ornitologia". Dentro da ornitologia, existe uma área de estudo relacionado exclusivamente sobre a criação de canários de cativeiro. A essa ciência de estudo dá-se o nome de "Canaricultura".
Segundo vários artigos escritos por diversos ornitologistas, o canário teve a sua origem por volta de 1402, nas Ilhas Canárias, na Costa Africana. A origem do nome das Ilhas Canárias, nada teve a ver com esta ave, pois os Romanos davam-lhe o nome de "Ilhas dos cães", por serem habitadas por um tipo de raça de cães. A palavra canário deriva do latim "canis" que tem o significado de cão. Após a descoberta da Ilha das Canárias no século XV, os Espanhóis levaram alguns exemplares, e os primeiros criadores de canários eram os frades, que durante muito tempo tinham o monopólio destas aves pois só vendiam para o estrangeiro os machos, para assim poderem manter as raças em Espanha. Mais tarde no século XVII os Italianos conseguiram arranjar algumas fêmeas em Espanha, propagando-se assim esta raça pelo mundo inteiro. Os canários domésticos não são encontrados na natureza, sendo fruto do cruzamento do canário selvagem com outras espécies de tentilhões. Após estes cruzamentos, são conseguidas várias mutações.
Independentemente do canário doméstico (serinus canaria), existe outra espécie de canários procedentes da América do Sul, chamado canário da terra (Sicalis flaveola). Estas aves começaram a ser criadas como animais de estimação desde o início do século XV, até aos nossos dias. Com o decorrer do tempo, tem havido uma série de cruzamentos com diversas raças, o que tem dado origem a várias mutações. No caso dos Ingleses, após terem feitos diversas experiências criaram diversas raças como por exemplo: Norwich, o Yorkshire e o Gloster. No caso dos Franceses e Italianos dedicaram-se a outro tipo de raças, especificamente relacionadas com o aspecto do canto, e da cor, sendo conhecidos cerca de 300 cores de canários em todo o mundo. Dos vários autores que escreveram sobre canários, é de destacar um artigo escrito por Korad Gessner em 1555, que segundo se consta foi o primeiro artigo escrito sobre canários, a que ele designava como "pássaros do açúcar", pois pensava que estas espécies se alimentavam das folhas e colmos da planta "cana-de-açúcar". Os naturalistas Bolle e Humboldt, também escreveram e fizeram diversos estudos muito minuciosos sobre os canários. Maia tarde em 1622 o escritor Pietro Olina, escreveu uma obra aonde relatava que um barco espanhol transportava diversas mercadorias proveniente das ilhas Canárias, tendo-se naufragado próximo da Ilha Elba, na Costa Italiana. Dentro dessas mercadorias que eram transportadas no navio, há que destacar um grande número de aves, especificamente canários. Essas aves instalaram-se nessa ilha e cruzaram-se com outras espécies indignas, dando origem a uma nova raça, a que os Italianos classificaram como "venturone", (serinus cittrinella). Dentro da criação dos canários existem actualmente três grandes grupos divididos da seguinte forma:
Canários de cor
Canários de porte
Canários de canto
Estes grupos, subdividem-se depois em vários tipos de raças com várias cores de acordo com as diversas mutações. O canário mede cerca de 12 a 14 cm, variando de raça para raça. O bico é forte, curto e em forma cónica, próprio para descascar sementes. As patas são finas e os dedos têm pequenas unhas encurvadas e pontiagudas para se poderem segurar nos respectivos poleiros. As asas são compridas, e a cauda levemente bifurcada. O tempo de vida do canário varia entre os 12 a 15 anos. Estas aves são muito apreciadas pelo seu canto, dado que é muito melodioso. Dentro destas espécies existem determinadas raças que se consegue diferenciar o macho da fêmea, mas há raças que é mais difícil, conseguindo-se através do tamanho da cloaca. Dado que são animais de cativeiro a sua alimentação é muito selectiva, sendo normalmente à base de misturas de sementes, papas de ovo, frutas e alguma verdura. A época de reprodução destas aves varia muito com a parte climática aonde se encontram, mas normalmente varia entre Março a Junho. Fazem 2 a 3 posturas por ano, pondo em média 3 a 5 ovos, sendo o período da incubação de 13 dias, feita sempre pela fêmea, sendo alimentada durante este período pelo macho. O interesse pela ornitologia desenvolveu-se de tal forma que existem diversas obras quer a nível nacional e internacional sobre o estudo dos canários (canaricultura).
Filatelicamente, estas aves estão bem representadas a nível mundial, conforme alguns exemplares que aqui são demonstrados.
Emissão de Macau: Aves de Estimação – CTT de Macau 1.9.95 – Bloco Filatélico
Selo do Brasil – 1978 Pássaros. Selo representativo de um canário da terra.
Selos da Rep. Du Benin – 1999. Selo representativo de canário
Selo do Brasil. 1995 – Pássaros Cantores
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